Entre Botões e IA Generativa: Por que o Contexto Não Pode Ser a Resposta para Tudo
- Anny Silva
- 15 de jan.
- 3 min de leitura
Atualizado: 27 de jan.

As interfaces conversacionais evoluíram de simples menus baseados em botões para sofisticadas interações impulsionadas por inteligência artificial generativa. Nesse cenário, uma frase se tornou frequente: “tudo depende do contexto”. Embora o contexto realmente seja importante, ele não deve ser usado como uma justificativa universal que substitua a aplicação de padrões estabelecidos. Afinal, o caos e a imprevisibilidade podem surgir, mas não precisam ser o centro das decisões de design.
Padrões como Base, Caos como Exceção
O que já sabemos: padrões estabelecidos em interfaces conversacionais existem por uma razão: Ao longo dos anos, a indústria de UX, design conversacional e IA acumulou boas práticas que funcionam em diversos cenários.
Botões, fluxos guiados e prompts bem definidos não surgiram do acaso — eles vêm de testes, resultados mensuráveis e iterações. Exemplo: Em chatbots transacionais, fluxos baseados em botões têm taxas de sucesso mais previsíveis do que prompts abertos.
O Caos é um elemento, não o centro da decisão:
A imprevisibilidade (teoria do caos) existe e deve ser considerada, mas como um ponto de atenção, não como o núcleo do planejamento.
Se deixarmos o "caos do contexto" ser a justificativa para tudo, corremos o risco de criar soluções sem propósito claro. Exemplo: Um chatbot de suporte técnico não pode depender de caos para funcionar. Ele precisa de fluxos claros para guiar o usuário.
IA Generativa como Ferramenta Complementar:
Mesmo quando usamos IA generativa para interações abertas, padrões continuam existindo: tom de voz, limites de resposta, estruturação de prompts.
IA generativa não é um passe livre para abandonar estruturas pré-estabelecidas. Exemplo: Um chatbot com IA generativa ainda pode (e deve) ter pontos de fallback claros para evitar loops ou respostas incoerentes. Em um aplicativo de e-commerce, por exemplo, a IA pode sugerir produtos com base em descrições abertas, mas sempre guiando o usuário para categorias estabelecidas.
O mito do “depende do contexto”
Embora o contexto seja um elemento essencial em design, ele é simplista e usado para evitar decisões claras ou justificar soluções genéricas. O problema com o argumento “tudo depende” é que ele frequentemente desvia o foco daquilo que já sabemos que funciona.
Em vez de "tudo depende do contexto", podemos perguntar:
Quais padrões já funcionam aqui? Começar pelo que é comprovado ajuda a evitar erros comuns.
Quais elementos do contexto realmente afetam essa decisão? Não é porque o contexto muda que tudo precisa ser reinventado.
Como podemos prever ou mitigar o caos antes que ele ocorra? Mapear pontos de imprevisibilidade é mais eficaz do que usar o caos como desculpa.
Como Criar Arquitetura de Informação Guiada por Padrões e Sem Depender do Caos
Comece pelo que já funciona: Não precisamos reinventar a roda a cada projeto. Utilize os padrões de boas práticas para definir a base do sistema.
Identifique onde o caos pode surgir: Mapear os pontos de falha ou os momentos de imprevisibilidade ajuda a estruturar respostas mais robustas.
Adapte, não descarte: O contexto é importante, mas ele deve ser uma ferramenta para ajustar padrões existentes, não para descartá-los completamente.
Use IA generativa para exceçõesReserve a flexibilidade da IA generativa para cenários em que o usuário precisa de algo fora do fluxo padrão.
Teste, meça e ajusteA tomada de decisões deve ser guiada por dados e feedbacks, não por suposições vagas sobre o que pode ou não funcionar.
Os padrões estabelecidos em interfaces conversacionais são ferramentas poderosas para guiar boas práticas e reduzir incertezas. O caos e a imprevisibilidade devem ser tratados como exceções, não como justificativas para soluções sem estrutura. Designers e arquitetos de informação têm a responsabilidade de equilibrar padrões com adaptações conscientes, criando experiências que sejam eficazes e intuitivas, independentemente do contexto.
Meu nome é Anny, especialista em UX e Design Conversacional.